terça-feira, 5 de abril de 2011

Blogagem Coletiva Por uma Infância Sem Racismo


Ufa! Meio da semana e só agora consegui "fechar" nossa roda. Eu não consegui ler muitos posts, mas eu quero voltar nessa conversa ainda e prometo colocar todos os links não-lidos na listinha de pendência. Parece ter muita coisa boa espalhada pela nossa blogagem coletiva. A listinha daquilo que consegui mapear na rede segue abaixo. Se você participou da roda, mas meus dedos não a tocaram, então comenta aí com sua URL que no tempo-de-mãe a gente vai atualizando, bem devagarinho.

O que dizer no post que fecha esta blogagem coletiva? Tanta coisa que a gente fica sem palavra. Ainda estou deslumbrada com a troca. Muita reflexão que vai precisar de bastante prática pra gente digerir. Afinal, de nada adianta a gente refletir aqui senão praticarmos dentro de casa. Reflexão, troca e prática. Essa é a receita que deixo para todas as mães blogueiras que tiveram a coragem de sair da zona de conforto. Agora não dá mais pra fingir que não vemos as diferenças, elas fizeram parte da nossa conversa por quase 10 dias, mas precisamos de muitas dezenas de tempo para praticá-la e transformá-la.

É preciso ficarmos alertas não só aos nossos filhos, mas principalmente a nós mesmos. Aprendi que negro é negro, mulato é mulato, japonês é japonês. Não podemos ter medo das palavras, sabemos do peso que cada uma delas carrega nos significados negativos da escravidão, da inferioridade ou superioridade e por aí vai. Mas é colocando essas palavras em prática que podemos transformar esses significados. É sua responsabilidade usar essas palavras na hora certa na frente dos seus filhos. Quem continua atribuindo ao negro os significados de pobreza, de vagabundagem, de roubo, de inferioridade fortalece nossos fantasmas tão pobres de espírito e nos torna também mais pobres.

É hora de transformar nossa bagagem cultural. Somos nós quem consumimos e pagamos pela cultura do Brasil, porquê não termos direito de opinar na hora da novela, do filme ou livro infantil? Tá na hora da gente deixar o umbiguismo, a vergonha, a moral e a comodidade e gritar por novelas mais conscientes, menos racistas; por livros infantis que retratam as diferentes culturas do Brasil (negro, índio, imigrações) e por filmes nacionais que nos dão orgulho de sermos quem somos. Não dá pra mudar dentro de casa sem mudar fora.

Eu prometi uma surpresa pra gente fechar essa roda com chave de ouro, lembram? Pois bem, consegui uma entrevista com professor da USP, Dennis de Oliveira, que foi uma das primeiras pessoas que me fez refletir sobre raça (obrigada!). Foi um bate-papo muito gostoso que publico na íntegra no You Tube. Convido a todos a conversar com vídeo em seus blogs e, se acharem válido, divulgar e rodá-lo em suas redes. Abraços no coração de todos e continuamos a busca por uma infância sem racismo.


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