segunda-feira, 16 de maio de 2011

Jornalismo Cultural

Texto gentilmente escaneado e enviado por Carol Baggio.


"Jornalismo Cultural", publicado pelo jornalista Marcelo Coelho em outubro de 1999 na revista Cult. E, abaixo, a entrevista que fiz com ele em novembro de 2007.


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Entrevista
http://www.jornaldaorla.com.br/materia-integra.asp?noticia=1690







O jornalista MARCELO COELHO esteve em Santos (Realejo Livros) para lançar, dentro do projetoTerceiras Terças- parceria entreSesc Santos e livraria Realejo -, seu mais recente livro, Tempo Medido(Publifolha), que reúne suas 101 melhores crônicas publicadas na Folha de S. Paulo entre 1998 e 2007. Tranqüilo, falou com fluência sobre suas idéias, seus valores e, como é, para ele, a melhor maneira de expressar o que acontece no dia-a-dia e nas artes.



O que o público pode esperar de seu novo livro?
As crônicas desse livro são um apanhado geral de dez anos e retratam costumes da vida cotidiana, a novos hábitos de consumo, política dos anos FHC e da subida do PT ao poder, além da retomada do cinema nacional. Acabam sendo um testemunho da época de um ponto de vista muito subjetivo.


Que critério você usou para eleger suas 101 melhores crônicas?
Foram priorizadas as crônicas que resistem ao tempo, mesmo que escritas a partir de um assunto da atualidade, ligadas ao cotidiano, ou simplesmente de acontecimentos políticos não muito datados, mas que mereceram destaque pelo fato em si.


Que tratamento que os cadernos de cultura dão às artes em geral?
As editorias de cultura passam por problemas sérios de espaço, o que vem ocasionando uma cobertura jornalística falha. São muitas estréias por mês, que ficam sem acompanhamento. Além disso, cadernos de cultura se dispersaram nos assuntos lazer, culinária, coluna social. As escolhas para cobrir um evento são deliberadas, o que dá a impressão de que as coisas vão meio por acaso.


Em comparação a outras editorias, a arte é desprestigiada?
A manchete sempre será priorizada. Por este ponto de vista, sim.


O que é, para você, escrever crônicas?
Escrever é prática. Procuro por um ponto de vista particular, mesmo nos assuntos em que todos comentam, como no artigo que escrevi sobre o documentário Ônibus 174 (de José Padilha, diretor de Tropa de Elite), em que falei sobre o vocabulário dos entrevistados.


Como você avalia, hoje, a produção cultural brasileira?
Na grande produção cultural brasileira, feita a partir da Semana de 22, havia praticamente a preocupação de definir a especificidade dos problemas e características brasileiras. Aos poucos, esse regionalismo foi desaparecendo e começou a se pensar na cultura com o forma de entender problemas particulares, em detrimento do documentarismo que era produzido antes. Não chega a ser ruim, mas é insuficiente, já que é um reflexo da globalização que tira a autenticidade do que está sendo feito. A presença do Brasil nas artes plásticas é algo que merece destaque, mas não vem sendo acompanhado, e na literatura brasileira, que está presa a fórmulas, falta alguma coisa.

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